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domingo, 30 de janeiro de 2011

Uma chance de brilhar...



Falei um pouco deste assunto no post sobre Desenhos de Palco e resolvi voltar a ele por conta de um email recebido esta semana. Para quem não se recorda ou não leu (se mudar de idéia, clique AQUI), mencionei a tendência de alguns professores de colocar os melhores alunos ou os alunos mais baixos na linha de frente de uma coreografia nas apresentações anuais das academias, mantendo as formações fixas e impedindo, assim, que os alunos do fundo venham, em algum momento, para a frente do palco. Eis que, durante a semana que passou, eu recebi um email de uma amiga bailarina, comentando que estava procurando uma nova professora, pois a sua tinha decidido deixar a dança. Algo que a havia deixado chateada, "pois além de ser uma ótima professora, ela não era seletiva na hora de decidir quem iria dançar nas apresentações das coreografias e sempre foi paciente com quem tinha mais dificuldade". Ao continuar nossa conversa, ela ainda fez um desabafo ao falar de outra professora, mais antiga: "Ela (a professora) falava que as mais altas sempre tinham que ficar na frente, pois quando ela era aluna sempre deixavam ela para trás... cheguei a sugerir para a professora de ela elaborar a movimentação do pessoal da frente com o pessoal de trás, justamente para todo mundo ter a chance de aparecer durante a coregrafia. Mas, ela não deu ouvidos."

Bom, não é necessário ser um neurocientista para adivinhar o que ocorreu, não é? Essa professora simplesmente perdeu uma aluna (ou mais: vai saber o que aconteceu com as outras que estavam no fundo) por não ter sensibilidade o suficiente para ouvir e ver todas as meninas ao invés de suas preferidas.

Professores de dança não lidam com matérias como história, português, matemática. Lidam com algo infinitamente mais precioso, os corpos e, especialmente, os espíritos de suas alunas (ou alunos). Lembrem-se, é necessário conhecer muito bem o seu público. Um público que busca a profissionalização é muito diferente daquele que busca um hobby ou o bem estar ou que simplesmente gosta de dançar. Não dá para tratar todas as alunas como se todas fossem se tornar bailarinas profissionais (aí, é lógico, sempre vai haver a procura pelos melhores. É uma exigência natural do mercado). Toda vez que uma professora age assim, ela torna uma experiência que deveria ser prazeroza em algo frustrante. Afinal, o que adianta você se esforçar mais e praticar em casa, se as mais baixas sempre vão estar na sua frente? Ou então, o que adianta você fazer aula se a professora não te deixa aparecer? E que história é essa de se vingar nas suas alunas ("as mais altas sempre tinham que ficar na frente, pois quando ela era aluna sempre deixavam ela para trás") porque a sua professora antigamente tinha pouco bom-senso? Será que não era o caso de se seguir exatamente o caminho contrário e dar uma chance a todas, já que se tem uma idéia muito boa do que é permanecer no fundo?

Ah, mais um detalhe: absolutamente ninguém espera ver perfeição em uma apresentação anual de academia. Quem assiste estas apresentações são, normalmente, amigos e parentes de suas alunas. E o que é que este público espera ver? Suas amigas e parentes (ou amigos, claro), dançando. Nada mais, nada menos. Novamente, fica difícil ver isso no fundo do palco.

Segue abaixo um belíssimo exemplo do Ballet Rakkasah, a companhia de dança dirigida por Saida, na Argentina. Além da movimentação de palco (maravilhosa), notem que TODAS as bailarinas fazem um solo em algum momento da coreografia. Fica a sugestão de mais uma idéia de como permitir que todas as suas alunas brilhem. Enjoy!


sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Novidade no Blog do Grupo Amaryllis



A nossa experiência com os espetáculos e apresentações do grupo nos mostraram o quão vital e difícil é a parte da divulgação de um evento. Alguns dias atrás, eu coloquei um post sobre uma oficina do método Bertazzo em SP. Hoje, ao receber um email da Villa D'art, me ocorreu que podemos contribuir um pouco mais com a cultura em geral criando uma página específica para eventos não ligados ao grupo, mas que possam interessar aos leitores do blog. Daí surgiu nossa nova página - "Outros Eventos".

A página está sendo inaugurada com um curso do nosso colaborador Igor Capelatto. Para quem se interessa por cinema, é um prato cheio! Siga o link abaixo e enjoy!

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Fusão: Dança árabe e chinesa


Conforme falamos anteriormente, adoramos uma fusão (ou uma "confusão", dependendo da opinião!). Uma de nossas primeiras coreografias, "Murmúrio dos Ventos", foi inspirada no filme "O Clã das Adagas Voadoras" e apresenta elementos chineses, como as longas mangas e a música (caso você queira ler este post e ver uma das cenas que nos inspirou, clique AQUI). Encontrei hoje uma outra coreografia de dança árabe feminina onde a cultura chinesa se faz presente. A bailarina, Tatiana Chernishova, aproveitou as mangas longas e também elementos da dança das fitas para compor uma bela sequência. Enjoy!



quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Oportunidade: Oficina Gratuita do Método Bertazzo



O Fundo Nacional de Cultura está franqueando 80 vagas para a Oficina de Formação do Método Bertazzo. Os alunos selecionados serão divididos em duas turmas de 40 pessoas, com aulas em diferentes datas de Fevereiro de 2011. Abaixo, segue uma breve biografia do coreógrafo e educador.

"Para Ivaldo Bertazzo todos são Cidadãos Dançantes. Esta é a razão pela qual ele trabalha com pessoas comuns, na educação do corpo e na transformação do gesto como manifestação da própria individualidade de cada um, desde os anos 70.

Sua paixão pela dança se iniciou aos 16 anos. Teve aulas com nomes importantes do cenário da dança (Tatiana Leskova, Paula Martins, Renée Gumiel, Ruth Rachou, Klauss Vianna e Marika Gidali) e viajou o mundo, incorporando as danças étnicas de países como Indonésia, Índia, Paquistão, Tailândia, Vietnã, Irã e a cultura de diversos lugares em seu trabalho.

Em 1975 criou a Escola do Movimento – Método Bertazzo com o objetivo de aplicar o conceito chamado por ele de Cidadão Corpo e ampliar no aluno o conhecimento e consciência sobre o corpo e seus movimentos. Entre 1976 e 1992, Bertazzo criou mais de 20 espetáculos. A partir do ano 2000 vários desses projetos se transformaram em espetáculos marcantes, com a participação de jovens e adolescentes de várias comunidades, como o Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, e inúmeras ONGs das periferias de São Paulo. Em 2002, criou o projeto Dança Comunidade, em parceria com o SESC e com patrocínio da Petrobras e do Instituto Votorantim, de onde surgiram vários intercâmbios culturais que resultaram em grandes espetáculos e no surgimento da Cia. TeatroDança Ivaldo Bertazzo.

O coreógrafo e educador mantém a Escola do Movimento, no bairro da Pompeia em São Paulo, onde oferece o Curso de Formação no Método Bertazzo para educadores e não profissionais, além de diversas aulas em que as pessoas aprendem a conhecer e a viver melhor com seus corpos em movimento."

Mais informações sobre o curso podem ser encontradas no link abaixo. Também estou colocando um vídeo com um exemplo do trabalho dele. Enjoy! :-)



sábado, 15 de janeiro de 2011

Flamenco: Pol Vaquero



Então, este post foi feito a pedido da Adriana, nossa flamenquita de plantão, que sentiu necessidade de que colocássemos, aqui, um bailaor. E o escolhido foi o Pol Vaquero que, para nossa grande sorte, assistimos dançar duas vezes, uma em 2009 e a outra em 2010. Sim, por incrível que pareça, aqui em Campinas! Temos que agradecer os pessoal do Café Tablao pela oportunidade!

Nascido em Córdoba em 1980, Pol Vaquero iniciou seus estudos na dança flamenca no Conservatório da cidade aos 10 anos. Aos 16 realizou seu primeiro trabalho profissional, com a Companhia de Antonio Canales, a obra "Torero". Também trabalhou na Companhia de Vicente Amigo e no Ballet Nacional de España.

Abaixo, um vídeo para que todos possam babar. Não se preocupem, caso ele apareça aqui por Campinas novamente, eu aviso! Enjoy!

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Explorando: Desenhos de Palco



Uma das minhas maiores críticas em relação a coreografias de grupo é o quão estáticas elas, muitas vezes, são. Em algumas, os dançarinos entram, se posicionam e permanecem no mesmo lugar durante praticamente toda a coreografia. Em outras, eles se limitam a movimentos laterais, do tipo abre e fecha, ou a fazerem uma troca circular. Em outras palavras, as lindas sequências imaginadas pelos coreógrafos acabam perdendo muito de seu brilho. Os exemplos abaixo mostram o quanto o desenho de palco pode enriquecer uma coreografia.

All-Russian Dance Organization - 2010

World Cup Belly Dance Classical
World Cup Belly Dance Folk

Observação: isso costuma acontecer com bastante frequência em apresentações de alunos, por dois motivos: o primeiro é a tendência de alguns professores de colocarem os melhores bailarinos nas filas da frente; o segundo é a decisão de outros professores de seguirem uma ordem de altura, com os mais baixos na frente e os mais altos atrás. Aconselho, professores, especialmente aqueles que lidam com o público que não deseja se profissionalizar, a pensar um pouquinho no que é que os seus alunos desejam, pois, em geral, todos querem uma chance de brilhar. Esse tipo de movimentação permite que todos vão para a frente em algum momento da coreografia. O fato é que ninguém brilha no fundo do palco...
Os links abaixo também tem uma coreografia folclórica e uma coreografia de um grupo pequeno (apenas 4 meninas) em um palco bem limitado. O que não limitou a criatividade delas! Enjoy!

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Inspiração: Daniela


Atualmente residente em St. Petersburg, Florida, Daniela nasceu na Venezuela, filha de pais belgas, o que explica as influências de danças das mais diferentes origens em seu estilo. Ela iniciou seus estudos em dança árabe feminina aos 18 anos e entrou em contato com o Tribal Fusion em 2006. O que mais me impressiona é a fluidez que reveste os seus movimentos e sua expressividade. Também gosto muito de sua opção musical, um tanto quanto mais leve do que o tribal fusion tradicional. Vejam o exemplo abaixo:


Um segundo vídeo que eu recomendo está no link a seguir (sorry, muito grande para colocar aqui):


Quer saber mais sobre ela? Siga os links abaixo!



quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Explorando: Braços



Ao assistir vídeos ou apresentações de dança (e, acreditem, eu assisto MUITOS), uma das coisas que costuma chamar as minha atenção é o uso do braços e mãos. Aliás, a posição das mãos é uma das características que eu sempre olho para avaliar o nível de uma bailarina. Em geral, quanto maior o nível de conhecimento na dança, mais bonitas são as mãos e também a postura dos braços.
A melhoria na postura, no entanto, nem sempre é acompanhanda por um uso mais criativo dos mesmos. Os movimentos acabam se concentrando mais nas pernas e quadris e os braços e mãos limitam-se a mudar de posição e permanecer estáticos. Em minha opinião, isso é uma pena, pois os movimentos de ambos poderiam enriquecer ainda mais a dança.
Abaixo seguem 3 exemplos de coreografias onde o uso dos braços me impressionaram.

Purification - Coreografia da maravilhosa Isidora


Coreografia da gaúcha Karina Iman


King Tutankhamen, coreografia inspirada na estátuas egípcias, uma colaboração de Vidhi Bogdanovska e Alex Rogozin. Tenham um pouco de paciência, a parte interessante só começa após 01:10.


Enjoy! :-)