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quarta-feira, 30 de março de 2011

Danças Étnicas: Uyghur


Hoje descobri, por acaso, outro tipo de dança étnica, de um povo chamado Uigures (Uyghur), que vive nas regiões oeste e central da Ásia, especialmente na região autônoma Xinjiang Uyghur (China). Fora da China, comunidades deste povo existem no Casaquistão, Quirguistão, Uzbequistão, Afeganistão, Paquistão e Turquia.

Eles fazem parte dos chamados povos turcomanos, que falam línguas pertencentes à família de línguas turcas ou turcomanas e compartilham, em vários graus, certos traços culturais e antecedentes históricos.

Os Uigures são conhecidos por sua música vibrante e danças étnicas, que ocupam uma parte significativa de suas vidas. Não existem feriados, festas ou casamentos sem ambos.

Tamanha é sua influência que, em Novembro de 2005, a Unesco proclamou a arte do Muqam (o mais conhecido gênero de música uigure, composto por canções, danças, música clássica e folclórica e caracterizado por um conteúdo diversificado de estilos de dança, morfologia musical e instrumentos usados) uma obra-prima da Herança Humana Oral e Intangível. Este programa da Unesco garante que o melhor de cada país seja preservado, desenvolvido e mostrado ao mundo.

As danças uigures são caracterizadas pelos movimentos da cabeça (assistam e vejam se os movimentos feitos com o pescocço não lembram os do khaliji) e pulsos e expressam, especialmente a chamada Sanam, sentimentos e caráter. Esta é, aliás, a dança mais popular dentre os uigures que, invariavelmente, a dançam em ocasiões festivas.

Outro estilo de dança uigure é Dolan, popular em partes do Kashgar e da área de Aksu. Alguns acreditam que este estilo descreve uma caçada, mas outros afirmam que se trata de uma batalha.

Um outro estilo, Sama, uma dança em grupo para a celebração do Ano Novo Uigure (Newruz), é popular em Kashgar e na área de Kucha. Originalmente, Sama éra o nome da antiga religião dos uigures, que rezavam aos deuses da natureza cantando, tocando tambores e dançando ao comando do líder ritual. Tal cerimônia foi, ao longo do tempo, se convertendo em uma dança em grupo para depois evoluir para solos dançados em ocasiões festivas.

Abaixo seguem alguns exemplos das danças uigures. Enjoy! :-)


Casamento  Uyghur



Dança Uyghur Antiga (Atenção! O Ministério da Saúde adverte: tentar fazer alguns desses movimentos pode ser prejudicial à saúde se você não nasceu com ossos e ligamentos de borracha!)


Dolan


Esta é muito legal: a dança de equilíbrio das tigelas! Se for tentar, passe na 1,99 e compre um monte de tigelinhas de plástico. Deixe as de cerâmica em paz, pelo menos no início!

Bowl Balancing Dance

segunda-feira, 28 de março de 2011

Lindas coreografias, grandes bailarinas!

Seguem algumas coreografias! Enjoy! :-)

Daria, em apresentação no Leste Europeu:



Sadie: mesmo grávida (é o que parece), ela continua arrasando no derbak!


Kaeshi, em um trabalho com véu bem interessante!

quarta-feira, 23 de março de 2011

Danças Folclóricas: Khaliji



O Khaliji (ou khalige, khaligi, khaleegi, khaleeji, khaleegy) é o termo usado para se referir ao estilo de dança oriundo do Golfo Pérsico (Bahrein , Kuwait , Omã , Qatar , Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos). Ela é, na maioria das vezes, dançada como improviso, por pares ou grupos de mulheres, vestidas com túnicas largas, em casamentos e outras celebrações.

Na Arábia Saudita, este estilo é conhecido como Raqs Khaliji, ou Dança do Golfo; no Kuait, é chamada de Samri (Saumri); e, nos Emirados Árabes, Raks Al Nasha’ar, provavelmente como referência aos movimentos de jogar os cabelos ao ritmo da música feitos pelas dançarinas.

O ritmo geralmente usado para se dançar o Khaliji é o soudi (ou khaliji, ou adany, este último doYemen). Como esta dança é representativa de vários países no Golfo Pérsico, o soudi não é o único ritmo utilizado.

Abaixo seguem alguns exemplos deste estilo folclórico. Enjoy! :-)


Nour - Festival "El Fan El Arabi", Russia, 2009


OK, eu "acho" que o nome do grupo é Voronezh Dance Club. Qualquer coisa, a culpa é do tradutor do Google!


Mais um vídeo, com uma leitura mais moderna, do mesmo grupo:

Voronezh Dance Club 2011

E, um exemplo de uma das minhas bailarinas favoritas - Nino Muchaidze (se eu ainda não fiz um post sobre ela, acreditem, é questão de tempo!)

sexta-feira, 18 de março de 2011

Filmes motivadores para dançar!

Confesso que estou copiando a idéia da querida e talentosa Shaide Halim, mas acho que ela vai me perdoar!
Segue abaixo trechos de filmes que, de alguma maneira, homenageiam essa maravilhosa arte que é Dançar!
Apreciem.

Footloose (1984), música: Footloose (Kenny Loggins)

Esse clássico oitentista não podia faltar, não é? Impossível ficar com os pés parados quando ouvimos essa música!

Perfume de Mulher (1992), música: Por Una Cabeza (Carlos Gardel)

Al Pacino, além de dançar um tango divino, ainda quase nos convence que é realmente cego! Demais!!!!!

Billy Elliot (2000), música: Town Called Malice (The Jam)

O filme mostra a história do menino que aspirava ser um bailarino clássico... mas esse sapateado é demais, não?

Moulin Rouge! (2001), música El tango de Roxanne, versão de Roxanne (The Police)

Lindo e dramático. Arranje o DVD de extras pra ver a filmagem de vários ângulos desse maravilhoso tango!

Zatoichi (2003)

Essa exótica combinação de Japão feudal com sapateado foi coreografada pelo grupo de tap dance japonês The Stripes. Bom, não?

Cisne Negro (2010), música: trecho de "O Lago dos Cisnes" (Tchaikovsky)

A doce Natalie Portman conseguindo ser assustadora ao encarnar o "Lado Negro do Cisne"!

domingo, 13 de março de 2011

Explorando: Leitura Musical e Precisão


A leitura musical é parte importantíssima de qualquer coreografia. Não existe nada pior do que assistir uma dança onde os passos e a música parecem estar travando uma batalha ao invés de se complementarem.
Dentro da Dança do Ventre, o acompanhamento da percursão é característica de grande parte das danças. O conhecimento dos ritmos e a  precisão nas batidas de quadris ou de outras partes do corpo são diferenciais de uma boa bailarina. Abaixo seguem algumas bailarinas cuja leitura musical, especialmente no que diz respeito à parte de percursão, não deixa nada a desejar.

Nadia (Nadejda) Nikishenko



Olesya Pisarenko



Tribal Fusion
Infelizmente, não consegui descobrir o nome desta bailarina, se bem que ela me parece estar dançando parte da coreografia com a Rachel Brice. Caso alguém saiba quem ela é, por favor, deixe um comentário para que eu possa alterar o post mais tarde.


Caso você queira ver mais vídeos da Nadejda ou da Olesya, siga os links abaixo.


sábado, 12 de março de 2011

Ciclos: Deusas e Mitos - Medusa, por Kamilla Mesquita

Finalmente uma pequena amostra do DVD oficial do espetáculo "Ciclos: Deusas e Mitos". Com vocês, Kamilla Mesquita, interpretando "Medusa". Enjoy! :-)

"Medusa era uma jovem lindíssima e muito orgulhosa de sua cabeleira. Tendo, porém ousado competir em beleza com Atena, esta lhe eriçou a cabeleira de serpentes e a transformou em Górgona, um demônio feminino que habita a escuridão, cujo olhar terrível petrifica que o mire. Narra o mito, que depois de decepada por Perseu o sangue que escorre da metade esquerda da cabeça decapitada de Medusa é veneno mortal e que o sangue que escorre da metade direita é um remédio capaz de ressuscitar os mortos. Morte e cura, beleza e horror se mesclam nesta figura mítica."

quinta-feira, 10 de março de 2011

Inspiração: Isabel Allende



As danças com as quais trabalhamos são profundamente ligadas ao poder do feminino. Não é a toa que todos que apregoam as virtudes da dança árabe feminina nunca deixam de mencionar a melhora na auto-estima, por exemplo. Somos forçadas a deixar tantas de nossas características para trás a fim de "viver" neste mundo, que se torna uma luta retomar o que vem do nosso interior mais profundo. E é aqui que as danças femininas tem papel fundamental.

Infelizmente, são poucas as (ou os) pouco privilegiadas (sim, somos privilegiadas: temos acesso a internet, temos educação suficiente que nos permite ler o post e temos liberdade para lê-lo) que podem trabalhar com danças deste tipo, ler este post, ou retornar à mulher selvagem (se não conhece o termo, segue uma grande dica de leitura: "Mulheres que correm com os lobos", de Clarissa Pinkola Estes). Muitas mulheres no mundo não tem escolha sobre o que irão fazer durante o dia, ou quem será seu marido ou se vão ter filhos ou não. A palestra de Isabel Allende sobre o assunto é simplesmente maravilhosa e inspiradora. A tradução segue abaixo do vídeo. Enjoy! :-)



"Muito obrigada. É realmente assustador estar aqui entre os mais inteligentes dos inteligentes. Estou aqui para contar algumas histórias de paixão. Há um antigo ditado judeu que eu amo. O que é mais verdadeiro que a verdade? A resposta: a história. Sou uma contadora de histórias. Quero transmitir algo que é mais verdadeiro que a verdade sobre nossa humanidade. Todas as histórias me interessam e algumas me assombram, até que eu termine de escrevê-las. Alguns temas continuam se repetindo: justiça, lealdade, violência, morte, temas sociais e políticos, liberdade. Estou consciente do mistério que nos rodeia, então eu escrevo sobre coincidências, premonições, emoções, sonhos, a força da natureza, mágica.

Nos últimos 20 anos, eu publiquei alguns livros, mas vivi em anonimato até fevereiro de 2006, quando carreguei a bandeira olímpica nas Olímpiadas de Inverno na Itália. Isso me fez uma celebridade. Agora as pessoas me reconhecem nas lojas da Macy's e meus netos pensam que sou bacana. (Risos) Permitam-me contar sobre meus quatro minutos de fama. Um dos organizadores da cerimônia olímpica, da cerimônia de abertura, me chamou e disse que eu tinha sido selecionada para ser uma das porta-bandeiras. Eu respondi que certamente havia estavam enganados, pois sou tão distante de ser uma atleta quanto possível. Realmente, eu nem sabia se conseguiria dar a volta no estádio sem um andador. (Risos) Disseram-me que isso não era brincadeira. Seria a primeira vez que somente mulheres carregariam a bandeira olímpica. Cinco mulheres, representando cinco continentes, e três medalhistas de ouro olímpico. Minha primeira pergunta foi, naturalmentte, o que devo vestir? (Risos) Um uniforme, ela disse, e pediu minhas medidas. Minhas medidas! Eu me vi em uma parca felpuda, parecendo o boneco da Michelin. (Risos)

Em meados de fevereiro, eu estava em Turim, onde uma multidão entusiasmada aplaudia quando uma das 80 equipes olímpicas passava pela rua. Aqueles atletas tinham sacrificado tudo para competirem naqueles jogos. Todos mereciam vencer, mas há o elemento sorte. Um respingo de neve, um centímetro de gelo, a força do vento, podem determinar o resultado de uma corrida ou um jogo. Entretanto, o que mais importa -- mais que treinamento ou sorte -- é o coração. Somente um coração destemido e determinado conseguirá a medalha de ouro. Tudo diz respeito a paixão. As ruas de Turim estavam repletas de pôsteres vermelhos anunciando o slogan das Olimpíadas:

A paixão mora aqui. Não é sempre verdade? O coração é o que nos motiva e determina nosso destino. Isso é o que preciso para meus personagens em meus livros: um coração apaixonado. Eu preciso de não-conformistas,dissidentes, aventureiros, forasteiros e rebeldes, que questionem, subvertam as regras e assumam riscos. Pessoas como todos vocês nessa sala. Pessoas boazinhas com bom senso não são personagens interessantes. (Risos) Eles só são bons como ex-cônjuges. (Risos) (Aplausos)

No vestuário do estádio, encontrei as outras porta-bandeiras: três atletas e as atrizes Susan Sarandon e Sophia Loren. Também, duas mulheres com corações apaixonados: Wangari Maathai, do Quênia, ganhadora do prêmio Nobel, que plantou 30 milhões de árvores. E devido a disso, ela mudou o solo e o clima em alguns lugares na África, e, é claro, a situação econômica de muitos povoados. E Somaly Mam, uma ativista cambojana que luta apaixonadamente contra a prostituição infantil. Quando ela tinha 14 anos, seu avô a vendeu para um bordel. Ela nos contou sobre garotinhas que era estupradas por homens que acreditavam que transar com uma virgem muito jovem os curaria da AIDS. E de bordéis onde as crianças são forçadas a receber cinco, 15 clientes por dia, e se elas se rebelarem, são torturadas com eletricidade. No vestuário, eu recebi meu uniforme. Não era o tipo de traje que eu normalmente uso, mas estava longe de parecer o boneco da Michelin que eu tinha imaginado. Nada mal, mesmo. Eu parecia uma geladeira. (Risos) Mas todas as outras porta-bandeiras também pareciam, exceto Sophia Loren, o símbolo universal da beleza e paixão. Sophia tem mais de 70 anos e continua linda. Ela é sexy, esbelta, com um lindo bronzeado. Agora, como se pode ter um lindo bronzeado e nenhuma ruga? Eu não sei. Quando a perguntaram em uma entrevista na TV: "Como pode estar tão bem?" Ela respondeu: "Postura. Minhas costas estão sempre retas, e eu não faço barulhos de gente velha." (Risos) Então, aqui vão alguns conselhos de uma das mulheres mais lindas da Terra. Sem grunhidos, sem tosses, sem resfôlegos, sem falar sozinha, sem peidar. (Risos) Bem, ela não disse isso exatamente. (Risos)

Por volta da meia moite, fomos convocadas para uma ala do estádio, e os autofalantes anunciaram a bandeira Olímpica, e a música começou -- a propósíto, a mesma música que inicia aqui, a Marcha de Aida. Sophia Loren estava bem na minha frente -- ela é 30 cm mais alta que eu, sem contar o cabeleira. (Risos) Ela andou elegantemente, como uma girafa na savana africana, segurando a bandeira em seu ombro. Eu corri atrás -- (Risos) -- na ponta dos pés, segurando a bandeira com o braço estendido, para que minha cabeça ficasse bem debaixo da maldita bandeira. (Risos) Todas as câmeras estavam, é claro, na Sophia. Foi bom pra mim, pois na maioria das fotos eu apareço também, embora quase sempre entre as pernas de Sophia. (Risos) Um lugar onde a maioria dos homens gostaria de estar. (Risos) (Aplausos)

Os melhores quatro minutos de toda minha vida foram esses, no estádio olímpico. Meu marido fica ofendido quando eu digo isso -- embora eu tenha lhe explicado que o que fazemos em nossa privacidade normalmente leva menos que quatro minutos -- (Risos) -- então ele não deveria levar para o lado pessoal. Tenho todas as fotos desses magnífícos quatro minutos, porque eu não quero esquecé-los quando a velhice destruir meus neurônios.

Quero carregar eternamente em meu coração a palavra chave das Olimpíadas -- paixão. Assim, aqui vai uma história de paixão. O ano é 1998, o lugar é um campo de concentração para refugiados Tutsi no Congo. A propósito, 80% de todos os refugiados e desabrigados no mundo são mulheres e meninas. Podemos chamar esse lugar no Congo de campo da morte, porque os que não são assassinados, morrerão de doenças ou de fome. Os protagonistas dessa história são uma jovem mulher, Rose Mapendo, e seus filhos. Ela esta grávida e viúva. Os soldados a forçaram a assistir seu marido ser torturado e morto. De alguma forma ela consegue manter suas sete crianças vivas, e alguns meses mais tarde, dá luz a gêmeos prematuros. Dois minúsculos garotinhos. Ela corta o cordão umbilical com um graveto e o amarra com seu próprio cabelo. Ela dá a seus filhos os nomes dos comandantes do campo para ganhar a benção deles e poder alimentá-los com chá preto, já que seu leite não pode sustentá-los. Quando os soldados invadem sua cela para estuprar sua filha mais velha, ela agarra sua filha e se recusa a largá-la, mesmo quando eles apontam uma arma para sua cabeça. Milagrosamente, a família sobrevive por 16 meses, e então, por extraordinária sorte, e o coração apaixonado de um jovem americano, Sasha Chanoff, que consegue colocá-la em um avião de resgate americano, Rose Mapendo e seus nove filhos pousam no Phoenix, Arizona onde agora vivem e prosperam.

Mapendo, em suaíli, significa grande amor. As protagonistas de meus livros são mulheres fortes e apaixonadas como Rose Mapendo. Eu não as invento. Não há necessidade para isso. Eu olho em volta e as vejo em todas as partes. Tenho trabalhado com mulheres e para mulheres toda minha vida. Eu as conheço bem. Nascim em tempos antigos, no fim do mundo, em uma família católica patriarcal e conservadora. Não foi por acaso que aos cinco anos, eu já era uma feminista extremista -- embora o termo não tivesse chegado ao Chile ainda, então ninguém sabia o que havia de errado comigo. (Risos) Descobriria em breve que havia um alto preço a pagar pela minha liberdade e por questionar o patriarcado. Mas eu estava feliz em pagar, porque para cada golpe que recebia, eu dava dois. (Risos) Um vez, quando minha filha Paula tinha 20 anos, ela me disse que feminismo estava fora de moda, que eu deveria seguir em frente. Tivemos uma briga memorável. Feminismo está fora de moda? Sim, para mulheres privilegiadas como minha filha e todas nós aqui hoje, mas não para a maioria de nossas irmãs no resto do mundo que ainda são forçadas a casamentos prematuros, prostituição, trabalho forçado. Elas têm crianças que não querem ou que não podem alimentar. Elas não têm controle sobre seus corpos ou suas vidas. Elas não têm educação ou liberdade. Elas são estupradas, castigadas e, às vezes, mortas impunemente. Para a maioria das mulheres do ocidente, hoje, ser chamada de feminista é um insulto. Feminismo nunca foi sexy, mas asseguro-lhes que nunca deixei de flertar, e raramente sofri de falta de homem. (Risos) O feminismo não está morto, de forma alguma. Evoluiu. E se você não gosta do termo, troque-o, pelo amor de Deus. Chame-o de Afrodite, ou Venus, ou perua, ou o que quiser, o nome não importa, contanto que nós entendamos o que significa e o apoiemos.

E aqui vai outra história de paixão, e esta é triste: o lugar é uma pequena clínica para mulheres em Bangladesh. O ano é 2005. Jenny é uma jovem higienista bucal americana, que foi para a clínica como voluntária durante suas três semanas de férias. Ela está preparada para limpar dentes, mas quando ela chega lá, descobre que não há médicos, não há dentistas e a clínica é somente uma cabana cheia de moscas. Do lado de fora, havia uma fila de mulheres que esperaram várias horas para serem atendidas. A primeira paciente sente dores lancinantes, pois tem alguns molares podres. Jenny percebe que a única solução será remové-los. Ela não tem licença para isso, ela nunca fez isso antes. Ela arrisca muito e está apavorada. Ela nem ao menos tem os instumentos adequados, mas felizmente ela trouxe um pouco de anestésico. Jenny tem um coração valente e apaixonado. Ela murmura uma prece e segue com a operação. No final, a paciente aliviada beija suas mãos. Naquele dia, a higienista arrancou muitos outros dentes. Na manhã seguinte, quando ela chegou à assim chamada clínica, sua primeira paciente estava esperando-a com seu marido. O rosto da mulher parecia uma melancia. Estava tão inchado que não se podia ver seus olhos. O marido, furioso, ameaçou matar a americana. Jenny está aterrorizada com o que tinha feito, mas então o tradutor explica que a condição da paciente não tinha nada a ver com a operação. No dia anterior, seu marido espancou-a por não estar em casa a tempo para preparar seu jantar.

Milhões de mulheres vivem dessa forma hoje. Elas são as mais pobres das pobres. Embora mulheres façam dois-terços do trabalho mundial, elas têm menos que 1% dos ativos mundiais. Elas recebem menos que os homens pelo mesmo trabalho, se ganharem alguma coisa, e elas continuam vulneráveis porque não têm independência financeira, e são constantemente ameaçadas de exploração, violência e abuso. É fato que dar educação e trabalho às mulheres, habilidade de controlar sua própria renda, herança e propriedade, beneficia a sociedade. Se uma mulher tiver o poder, seus filhos e sua família ficarão melhor. Se as famílias prosperarem, o vilarejo prosperará, e, eventualmente, todo o país também.

Wangari Maathai vai a uma vila no Quênia. Ela fala com as mulheres e explica que a terra está estéril porque elas cortaram e venderam as árvores. Ela convence as mulheres a plantar e regar as novas árvores, gota a gota. Depois de cinco ou seis anos, eles têm uma floresta, o solo fica enrriquecido e a vila é salva. As sociedades mais pobres e atrasadas são sempre aquelas que menosprezam suas mulheres. Essa verdade óbvia ainda é ignorada pelo governo e também pela filantropia Para cada dólar dado a um programa direcionado para mulheres, 20 dólares são dados a programas direcionados para homens. Mulheres são 51% da população. Dar-lhes poder mudará tudo -- mais do que tecnologia e design e entretenimento. Eu posso lhes assegurar que mulheres trabalhando juntas – ligadas, informadas e educadas -- podem trazer paz e prosperidade a esse planeta abandonado. Hoje, em qualquer guerra, a maioria das mortes é de civis, principalmente mulheres e crianças. Elas são as que mais sofrem. Homens controlam o mundo, e vejam a bagunça em que vivemos.

Que tipo de mundo nós queremos? Essa é uma questão fundamental. Faz sentido participar da atual ordem mundial? Nós queremos um mundo onde a vida é preservada e a qualidade de vida é acessível a todos, e não somente aos privilegiados. Em janeiro, eu vi uma exibição das pinturas de Fernando Botero na biblioteca de Berkeley, Califórnia. Nenhum museu ou galeria nos Estados Unidos, exceto pela galeria de Nova York, que tem trabalhos de Botero, ousou mostrar as pinturas, pois o tema é a prisão de Abu Ghraib. São pinturas enormes da tortura e abuso de poder, no estilo volumoso de Botero. Ainda não consegui tirar aquelas imagens da minha mente, ou do meu coração. O que eu mais temo é poder com impunidade. Tenho medo do abuso de poder e do poder para abusar. Em nossa raça, os machos alfa definem a realidade, e forçam o resto da matilha a aceitar essa realidade e a seguir suas regras. As regras mudam todo o tempo, mas sempre os beneficiam, e nesse caso, o incentivo fiscal funciona perfeitamente, apesar de não funcionar na economia. Os incentivos servem primeiro aos ricos e depois aos pobres. Mulheres e crianças, especialmente as pobres, são as últimas. Até o mais miserável dos homens tem alguém de quem possa abusar -- uma mulher ou uma criança. Estou de saco cheio do poder que alguns exercem sobre muitos, seja pelo gênero, renda, raça ou classe.

Eu acho que chegou a hora de fazermos mudanças fundamentais em nossa civilização. Mas para a mudança real, precisamos de energia feminina para comandar o mundo. Precisamos de muitas mulheres em posições de poder, e precisamos passar a energia feminina aos homens. Estou falando de homens com mentes jovens, é claro! Velhos não têm esperança, precisamos esperar que eles morram primeiro. (Risos) Sim, eu adoraria ter as longas pernas de Sophia Loren e seios lendários. Mas se pudesse escolher, preferiria o coração de guerreira da Wangari Maathai, Somaly Mam, Jenny e Rose Mapendo. Quero fazer desse mundo um bom lugar. Não melhor, somente bom. Por que não? É possível. Olhe nessa sala -- todo esse conhecimento, energia, talento e tecnologia. Vamos levantar nossos traseiros, arregaçar nossas mangas e trabalhar, APAIXONADAMENTE, para criar um mundo quase perfeito. Muito obrigada."

OBS: Li, muito obrigada por postar o vídeo no Facebook!

OBS 2: O site que disponibilizou o vídeo segue abaixo. Vale a pena xeretar. Aliás, para aqueles que não falam inglês, eles disponibilizam legendas ou o script em Português Brasileiro, além de uma série de outras línguas.

terça-feira, 8 de março de 2011

Feliz Dia Internacional da Mulher


"O homem pensa.
A mulher sonha.

Pensar é ter cérebro.
Sonhar é ter na fronte uma auréola.

O homem é um oceano.
A mulher é um lago.

O oceano tem a pérola que embeleza.
O lago tem a poesia que deslumbra.

O homem é a águia que voa.
A mulher, o rouxinol que canta.

Voar é dominar o espaço.
Cantar é conquistar a alma.

O homem tem um farol: a consciência.
A mulher tem uma estrela: a esperança.

O farol guia.
A esperança salva.

Enfim, o homem está colocado onde termina a terra.
A mulher, onde começa o céu!!!"

Victor Hugo


Feliz Dia Internacional da Mulher!

sexta-feira, 4 de março de 2011

Inspiração: Dariya (Daria) Mitskevich


Abaixo seguem vídeos de uma bailarina ucraniana que descobri hoje. Seu nome é Dariya Mitskevich (também é possível encontrar seus vídeos usando "Daria") e ela venceu a competição do Festival Ahlan Wa Sahlan, de Raqia Hassan, em 2009, aos 17 anos de idade. E isso foi o que eu consegui descobrir sobre ela...
Caso alguém tenha mais alguma informação (ou correção, já que praticamente tudo o que descobri também tinha a palavra "acho" no início da frase), por favor, deixe um comentário para que possamos saber mais sobre esta bailarina tão cheia de energia!
Enquanto isso, seguem alguns vídeos. Enjoy! :-)




Esse aqui ficou muito grande... Mas, vale a pena!


E, caso você queira arriscar o Facebook dela... Em ucraniano...