Iniciando os posts de 2012 com uma razão embasada em ciência para dançar. Ok, ok, como se quem gosta de dança precisasse de mais uma desculpa!!!! He, he, he.
Segue um resumo do artigo de Richard Powers (caso queira ler o original em inglês, clique AQUI ), cujo título é o mesmo deste post.
Ele inicia afirmando que os benefícios da dança, do ponto de vista da saúde, tem sido alardeados por séculos, incluindo o exercício físico, a redução do stress e o aumento dos níveis de serotonina. Estudos recentes parecem indicar, também, um aumento na acuidade cognitiva (não somente a dança, como outras atividades recreativas também) em todas as idades.
Um estudo liderado pelo Albert Einstein College of Medicine, de Nova Iorque, publicado no New England Journal of Medicine (o artigo encontra-se AQUI, em inglês) monitou os níveis de demência (incluindo Alzheimer) em pessoas com 75 anos ou mais, durante 21 anos (para quem não está acostumado com pesquisa, acreditem: é um bocado de informação!!!). O objetivo era verificar se atividades recreativas físicas ou cognitivas poderiam influenciar a acuidade mental.
Foram estudadas atividades como leitura, escrita, palavras cruzadas, jogos de cartas, a prática de instrumentos musicais, tenis, golf, natação, ciclismo, dança, caminhadas e a realização de tarefas da casa. Algumas das atividades, aparentemente, tiveram um efeito benéfico significativo, enquanto outras, não apresentaram nenhum tipo de influência.
Para a surpresa dos pesquisadores, nenhuma atividade física apresentou proteção contra demência (Importante: eles aqui se referem aos resultados sobre a mente, não o corpo. As influências benéficas sobre o corpo são bem conhecidas!), com uma importante exceção: a prática frequente de DANÇA! Vejam abaixo:
Leitura: reduz o risco de demência em 35%
Ciclismo, natação ou golf: 0%
Palavras cruzadas (pelo menos 4 dias por semana): reduz o risco de demência em 47%
Dança (Prática frequente): reduz o risco de demência em 76%
Segundo o artigo, as áreas responsáveis por estas atividades são extremamente plásticas (no sentido em que podem se alterar ou mudar). Seu uso frequente causa a alteração dos caminhos neurais, resultando em uma maior complexidade das sinapses (ligações entre os neurônios, que permitem a comunicação entre eles) e maior reserva cognitiva, o que explicaria a diminução do risco de demência.
Em outras palavras, quanto mais caminhos seu cérebro tiver para atingir uma determinada informação (por exemplo, um nome), menor será a possibilidade de que você se esqueça dela. Imagine que esta informação (o nome da sua avó, por exemplo) seja uma ilha. Existe uma ponte (sinapse) que permite que você vá até a ilha. Se ocorre um terremoto e a ponte cai... Bem, você não consegue chegar mais até lá e a consequência é que não consegue encontrar mais esta informação no seu cérebro. Ou seja, não lembra mais do nome da sua avó. Mas, caso existam várias pontes (sinapses) que dêem acesso à ilha, não haverá problemas se uma cair, pois as outras poderão ser usadas para se chegar até lá.
A ênfase, aqui, é: quanto mais, melhor. Portanto, faça o que puder para construir novas pontes (sinapses), em um processo oposto ao de sempre repetir os mesmos padrões. É uma questão de sobrevivência ser capaz de chegar até a ilha de mais de uma maneira.
Mas, por que a dança é melhor do que outras atividades para melhorar a capacidade mental? E, são todods os tipos de dança ou existe um mais recomendável?
Infelizmente, o estudo não responde estas questões específicas. Mas, se trata de um estudo dentre muito outros que, através das décadas, mostram que podemos aumentar nossa capacidade mental através do exercício dos processos cognitivos (Inteligência: use-a ou perca-a!). E estes outros estudos nos ajudam a ter uma idéia melhor do que realmente ocorre.
Qual é a essência da inteligência? Tomar decisões. Portanto, se você deseja melhorar sua acuidade mental, deve se envolver em atividades que necessitem que você tome decisões em apenas alguns segundos. (Caso você queira ler uma discussão apenas sobre a inteligência na dança, clique AQUI. Original em inglês)
Dança (Prática frequente): reduz o risco de demência em 76%
Segundo o artigo, as áreas responsáveis por estas atividades são extremamente plásticas (no sentido em que podem se alterar ou mudar). Seu uso frequente causa a alteração dos caminhos neurais, resultando em uma maior complexidade das sinapses (ligações entre os neurônios, que permitem a comunicação entre eles) e maior reserva cognitiva, o que explicaria a diminução do risco de demência.
Em outras palavras, quanto mais caminhos seu cérebro tiver para atingir uma determinada informação (por exemplo, um nome), menor será a possibilidade de que você se esqueça dela. Imagine que esta informação (o nome da sua avó, por exemplo) seja uma ilha. Existe uma ponte (sinapse) que permite que você vá até a ilha. Se ocorre um terremoto e a ponte cai... Bem, você não consegue chegar mais até lá e a consequência é que não consegue encontrar mais esta informação no seu cérebro. Ou seja, não lembra mais do nome da sua avó. Mas, caso existam várias pontes (sinapses) que dêem acesso à ilha, não haverá problemas se uma cair, pois as outras poderão ser usadas para se chegar até lá.
A ênfase, aqui, é: quanto mais, melhor. Portanto, faça o que puder para construir novas pontes (sinapses), em um processo oposto ao de sempre repetir os mesmos padrões. É uma questão de sobrevivência ser capaz de chegar até a ilha de mais de uma maneira.
Mas, por que a dança é melhor do que outras atividades para melhorar a capacidade mental? E, são todods os tipos de dança ou existe um mais recomendável?
Infelizmente, o estudo não responde estas questões específicas. Mas, se trata de um estudo dentre muito outros que, através das décadas, mostram que podemos aumentar nossa capacidade mental através do exercício dos processos cognitivos (Inteligência: use-a ou perca-a!). E estes outros estudos nos ajudam a ter uma idéia melhor do que realmente ocorre.
Qual é a essência da inteligência? Tomar decisões. Portanto, se você deseja melhorar sua acuidade mental, deve se envolver em atividades que necessitem que você tome decisões em apenas alguns segundos. (Caso você queira ler uma discussão apenas sobre a inteligência na dança, clique AQUI. Original em inglês)
Uma maneira de fazer isso é aprender algo novo (não somente a dança. Lembram-se do ditado que diz que quando você aprende algo novo, ganha uma dia a mais de vida? Pois é!), mesmo que nunca vá usar. O aprendizado irá estimular a conectividade do seu cérebro por gerar a necessidade de novos caminhos neurais (sinapses), especialmente se for algo desafiador ou difícil. No caso de aulas de dança, existe a integração de várias funções nervosas (processos cinestésicos - de movimento, racionais, musicais e emocionais), o que aumenta sua conectividade.
Mas, qualquer tipo de dança serve a este propósito? Não, nem todos os tipos de dança resultam neste benefício. Conforme citado acima, o necessário para aumentar a acuidade mental são as decisões rápidas. Portanto, é lógico supor que estilos de dança que onde este tipo de decisão seja necessário são os responsáveis por estes resultados. Um exemplo deste tipo de dança seria a dança de salão (que o autor do artigo se refere como free style social dancing, ou dança social de estilo livre), onde raramente existem sequências específicas a serem seguidas. Este tipo de dança requer muitas decisões rápidas por parte dos participantes e, quando o foco é a inteligência (use-a ou perca-a!), quanto maior a necessidade da tomada de decisões rápidas, melhor (Comentário meu: não deixa de ser muito semelhante ao que fazemos com os improvisos, não é?).
Por último, o estudo faz uma sugestão: dance frequentemente! Quanto mais, melhor. E, quanto mais cedo, melhor! É essencial dar início à sua reserva cognitiva (aquelas outras pontes para a ilha) o mais cedo possível.
Não esqueçam, no entanto, que as informações descritas acima discutem apenas os benefícios mentais. Mesmo que a prática da dança envolva sequências pré determinadas, existe uma série de outros benefícios que não devem ser deixados de lado, tais como os físicos, os de redução de stress e os emocionais. Ou seja, mesmo que o tipo de dança praticado não envolva as tais tomadas de decisões rápidas, ainda assim tem grande importância!!!! Em minha opinião, pode-se, inclusive, argumentar que eles já criaram novos caminhos neurais, já que, um dia, foram algo novo e desafiador a se aprender. :-)